LEVE COMO UMA BORBOLETA

Uma borboleta voando traz o impensado, quebra a seqüência do momento, dá cor ao ambiente, dá leveza. Ananda é criança com síndrome de Down. Tem pais, irmão e padrinhos apaixonados. Na vida deles, ela é a leveza da borboleta e a solidez do afeto
incondicional. Ela pode teimar, brigar até, mas sempre deixa claro que ama você. Não
aceita condicionar o afeto. Não seria isto uma sabedoria emocional? A família colabora, com um ambiente estável e condutor, necessário no caso. Esta menina nasceu sem uma definição física muito clara de sua condição, alguns sinais físicos são olhos com pálpebras inclinadas, com dobras de pele nos cantos, orelhas, boca, mãos e pés pequenos, cabeça achatada atrás. Precisa de estimulação, a mais rápida possível, para se integrar às demais crianças. Como existem dificuldades físicas e de habilidade cognitiva, o auxílio de terapia ocupacional, de fortalecimento muscular, fisioterapia e fonoaudiologia é importantíssimo e urgente, e o repasse disto à família, para continuidade de estimulação em casa, brincando, é vital. Seria muito oportuno que nós nos organizássemos, como sociedade, para um Pronto Socorro de ocorrência de deficiências – ou de nascimento, ou de acidentes, ou de doenças progressivas ou de diminuição de mobilidade em idosos. Deveríamos oferecer aí o psicólogo lidando com as emoções, e a assistente social lidando com as mudanças sociais do papel da família e
agendando contato com famílias voluntárias que já se organizaram frente a situação similar.Economizaríamos sofrimento inútil, tempo de vida e recursos. Ananda freqüenta escola comum, desde um ano e oito meses e hoje é muito querida e bem cuidada pela sua turminha, aceitação que talvez tenha origem na própria postura da família. Esta mãe nos avisa das dificuldades comuns no caso –são possíveis problemas de audição (então
falemos devagar, olho no olho), de visão (procuremos oftalmologista e auxílio médico para revisão geral) e dosagem de informação (talvez fracionar mais, mostrar mais, repetir mais), além de buscar orientação nutricional (podem ter problemas quanto ao peso). O resultado compensa, é bom para todos. O segredo é reconhecer esta criança como ela é, e não como gostaríamos que fosse. Isto vale para as pessoas com síndrome de Down, ou para todos nós? Amar o que temos, e não o que sonhamos modificar. Esta brincadeira não nos pertence, é do Criador. Borboletas tornam nossas vidas mais floridas.

Caso real, nome trocado por privacidade

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