Polícia apreende panfleto denegrindo a imagem de Aécio Neves

A Polícia Civil de Sumaré apreendeu ontem tabloides apócrifos contra o candidato a presidente Aécio Neves e o PSDB. Foram apreendidos cerca de 500 unidades do material, que era distribuído em residências da Avenida Santo Irineu, no bairro Santa Terezinha, por quatro pessoas com bonés e bolsas com logotipo do PT. O material tinha fita adesiva com identificação do PT e adesivos, conhecidos como praguinhas, do partido.

A denúncia da distribuição do material sem CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica), conforme determina a legislação eleitoral, foi feita pelo vereador Ronaldo Mendes (PSDB), que estava no bairro junto com o administrador da regional do Matão, Otair Antonio Ferreira, para fiscalizar entulhos e lixos no condomínio Céu Azul I.

"Como já é rotina, eu estava andando pelo bairro para fiscalizar a questão da limpeza. Foi quando avistei o pessoal distribuindo o material, pedi um para ler e vi que não tinha autor nem CNPJ, o que caracteriza o material como apócrifo e consiste em crime eleitoral. Liguei para a Guarda Municipal e para a Polícia Militar para pedir apoio e registrar o Boletim de Ocorrência", disse.

Segundo um dos policiais, durante abordagem as pessoas disseram que não sabiam que estavam praticando um crime e iriam entrar em contato com um supervisor, cuja identidade não foi revelada. O grupo, composto por Marleni Moreira Barbosa, 49, Gustavo Bueno de Jesus, 34, Ana Maria Pinheiro Lopes, 57, e Renilda Aparecida Silva Alipio, 42, foi levado ao 4º DP (Distrito Policial), no Matão.

PT NEGA

O advogado do PT Clodovil Doca Teles esteve na delegacia e informou que desconhecia as pessoas e o material. Teles informou que entrou em contato com o coordenador da macrorregião do PT, o vereador Angelo Barreto, que negou que o grupo tivesse ligação com o PT de Sumaré, Campinas e Hortolândia.

"Esse pessoal não tem vínculo com o PT. O partido desconhece o material distribuído e condena a veiculação de material apócrifo", afirmou.

As pessoas que distribuíam os materiais prestaram depoimentos na delegacia, mas não quiseram falar com a imprensa. Eles foram liberados após a chegada da advogada Cláudia Batista da Costa, que chegou ao local dizendo que foi acionada para fazer a defesa do grupo. Questionadas se teriam chamado a advogada, duas integrantes do grupo negaram com a cabeça.

Cláudia não quis conversar com a reportagem, dizendo apenas que "estava ali para defender os acusados e não queria seu nome relacionado a questões políticas".

Após a chegada da advogada de defesa, o grupo foi liberado. O material apreendido será encaminhado ao IC (Instituto de Criminalística) para perícia e, posteriormente, ao juiz eleitoral da 362ª zona, Olavo Paula Leite Rocha.

O TODODIA tentou contato com Barreto, mas as ligações feitas à tarde para o seu gabinete e à noite para seu telefone celular não foram atendidas.